O Movimento Armorial surge na década de 70, Em Recife, capital pernambucana, como um grupo de intelectuais que estabelecem um vínculo com a concepção romântica de identidade nacional, reconhecendo na cultura popular as suas raízes. A meta do grupo era dar forma à cultura brasileira por meio de uma arte erudita fundamentada nas raízes populares. A estética Armorial remetia ao universo artístico popular nordestino e à fusão de culturas indígena, negra e européia constitui o grupo de influências aceitadas pelos armoriais e incorporadas ao que eles denominavam de uma arte genuinamente popular. No presente trabalho propomos uma discussão sobre a influência da literatura popular na escrita de Raimundo Carrero, na novela A história de Bernarda Soledade – A Tigre do Sertão, em virtude de sua ligação ao Movimento Armorial. Consideraremos as influências investigadas a partir da teoria do palimpsesto, de Gerárd Genette. Como fundamentação teórico-crítico, utilizaremos Moraes (2000), Genette (2006), Bradesco-Goudemand (1982), Bernd (1992) e Santos (1992).