No presente trabalho, buscamos tratar da metaficção paródica como elemento recorrente que instaura a escritura literária e, consequentemente, atos de leitura, no romance policial pós-doyliano, a saber, o romance policial contemporâneo que recria o romance policial de pura detecção doyliano. Para isso, realizamos leituras dos romances policiais pós-doyliano The Private Life of Sherlock Holmes (1971), de Mollie e Michael Hardwick, O Xangô de Baker Street (1997), de Jô Soares, e The Italian Secretary (2005), de Caleb Carr (2005), procurando ver como esses romances recriam o romance policial doyliano e instauram atos de leitura que levam em conta as singularidades da escritura tanto do romance policial pós-doyliano quanto do romance policial doyliano. Assim sendo, enquanto leitores do romance policial pós-doyliano, somos, de certa maneira, levados a questionar a escritura do romance policial doyliano e vê-los como paródia que repete elementos canônicos diferentemente. Além disso, passamos a perceber que o romance policial doyliano tem uma relação peculiar com o ato de leitura e, por conseguinte, escritura literária, uma vez que o leitor tem acesso a questões próprias a ambigüidade da obra literária.