Este trabalho tem como objetivo investigar a articulação entre o tempo e a narrativa
no romance Caderno de um Ausente, de João Anzanello Carrascoza. Na obra, prevalece o efeito
pendular do tempo, constituído por uma série de anacronias, que criam o efeito hipotético da
ausência. Com o subsídio teórico da teoria de Gerard Genette, este estudo estabelece ainda um
diálogo com a filosofia, a partir do conceito de tempo de Santo Agostinho. Busca entender a
articulação entre tempo e memória, já que este mesmo narrador cria as bases de um sentimento
transitivo, interiorizado, que, isolado na história, remete ao nível discursivo da ausência.