A figura da prostituta nas narrativas da literatura brasileira geralmente tem sido
relacionada a um tema polêmico, tanto por abordar sobre o sexo fora dos padrões de moralidade
impostos pela sociedade, como por expor uma prática que tem sido condenada em vários âmbitos,
principalmente religiosos. Apresentando outro prisma da representação da prostituta, foram
escolhidas duas personagens da literatura brasileira contemporânea: Esther, de O Ciclo das Águas,
do autor Moacyr Scliar, e Polaquinha, da obra A Polaquinha de Dalton Trevisan. Essas
personagens foram levadas à prostituição devido ao fato de se enquadrarem como polacas
(mulheres brancas, geralmente loiras, que foram escravas sexuais de redes internacionais de
prostituição), mas que escapam do padrão da prostituta do sistema patriarcal por encontrarem,
exatamente nessa prática que visa ao prazer do homem, a forma de viverem livremente suas
sexualidades.