De Sagração do alfabeto, 2009, de Leonor Scliar-Cabral, a A verdadeira história do
alfabeto e alguns verbetes de um dicionário, 2012, de Noemi Jaffe, a letra constitui um acervo de
possibilidades poéticas e narrativas. Ao conceberem a letra como uma unidade mínima de sentido,
as escritoras se inscrevem numa tradição de autores que veem no micro, as grandezas do múltiplo.
Scliar-Cabral extrai do alfabeto hebraico inúmeras reverberações líricas, transformando letra em
poesia, escandindo o sentido do único ao ampliar as conotações das letras. Jaffe, por sua vez, em
prosa, redefine o significado da noção de história ao propor para cada letra do alfabeto latino uma
inusitada linearidade. Esta comunicação tratará de analisar esses dois percursos literários da
Literatura Brasileira no contexto das textualidades judaicas contemporâneas.