Esta artigo abordará, a partir da lírica de dois poetas contemporâneos Glauco Mattoso
e Waldo Motta, a questão do excesso poético, dessacralizando o espaço da poesia, como
maneira singular dos escritores de promoverem uma escrita que dialoga, incessantemente, com
os paradigmas estético-literários que a crítica consolidou como sendo uma literatura de
resistência. Dessa maneira, a condição da homossexualidade, da cegueira, no caso de Mattoso, e
do negro, no caso de Motta, permite-nos refletir sobre as exclusões e o anulamento social
imperantes em solos ditos democráticos. Assim, o que propomos é fazer breves considerações
acerca da criação literária como estratégia de resistência política.