Rayssa Kelly Santos de Oliveira - UFPB, Hermano de França Rodrigues - UFPB
Desde a organização humana, narrativas sobre a histeria compõem o imaginário
médico, literário e filosófico. Hipócrates (400 a.C) atribuía uma semiologia excessiva ao útero
obsoleto, afirmando que o órgão teria o livre arbítrio de movimentar-se no interior feminil. Essa
condição perpetuou ao longo das estações, sendo, apenas, no século XIX, contornada por novas
concepções, sobretudo, pelas contribuições de Sigmund Freud. É a partir dessa conjectura que
pretendemos analisar o conto "Melhor do que arder"(1974), de Clarice Lispector, em especial, a
personagem Madre Clara. Assim, sendo, a narrativa nos oferta uma visão do quão é impossível
negar a sexualidade, que encontrará vias tortuosas para satisfazer-se, num movimento
(des)equilibrado entre o profano e o divino.