A poesia de Ana Martins Marques recupera o lirismo amoroso em seus versos e faz
crítica ao amor banalizado, por vezes, toma a ironia como traço distintivo para questionar este
sentimento. O corpo, que está em transformação, seja pela ação do tempo, seja pela reação entre
o ser amante e o ser amado, aparece em seus versos como condutor da trama amorosa. No
poema “Hospitalidade”, inserido no livro A vida submarina, lê-se que “o seu corpo é um país
desconhecido/ que não sei como visitar” (MARQUES, 2009, p.139). O corpo atua como locus
do desenlace amoroso, nele ocorrem as modificações tanto no agir como no pensar. Cabe aos
leitores embarcar nesta viagem pelo corpo em transformação pelas vias do desejo e descobrir
como a poeta faz para entrelaçar amor, corpo e poesia.