As análises apresentadas neste artigo visam investigar quais mecanismos sociais,
principalmente os repercutidos no meio familiar, permeiam a construção das personagens
Clarice e Maria Inês como corpos imobilizados e disciplinados (XAVIER, 2007) na obra
Sinfonia em Branco, da escritora brasileira Adriana Lisboa. Também se tenta verificar se esses
corpos se constituem como liberados (XAVIER, 2007), ou seja, se alcançam a transcendência
(BEAUVOIR, 1949), compreendendo-se esse transcender como parcial e em processo de
formação, por meio de tentativas de resistência à opressão e às consequências da violência
vivenciada na infância. Tais análises são orientadas pela perspectiva da crítica feminista.