Nas rodas sociais europeias do século XVIII era comum usar a expressão francesa
“filles de joie” para se referir às prostitutas, mulheres que “levavam alegria” por meio de
prazeres sexuais regiamente pagos pelos amantes. Para este trabalho, entretanto, filles de joie
receberá a livre tradução de “moças alegres”. A expressão será apropriada para descrever
mulheres que são “senhoras de suas próprias vidas”, que têm vozes ativas e atitudes resistentes
às normas da sociedade patriarcal, a partir da afirmação dos seus desejos sexuais. Para o
desenvolvimento do argumento, esta reflexão tomará como objeto as práticas textuais dos
romances naturalistas Nana (1880), A carne (1888) e O aborto (1893).