A construção de Caetés é conduzida por um interessante jogo lógico. Sua formulação
paradoxal extravasa a condição pós-naturalista ao colocar a cena da narrativa no tempo presente,
como se estivesse numa realidade imediata, fora do livro. Graciliano Ramos por meio desse
processo consegue figurar a inexistência do romance de modo duplo: o Caetés que estamos
lendo é o mundo externo, dentro do qual João Valério tenta escrever “Caetés”, mas afinal
abandona o projeto.