Em A hora da estrela, de Clarice Lispector, Rodrigo S. M. discute sobre um modo de
criação que se aproxima do que Bakhtin, em seu capítulo “A forma espacial da personagem”, de
Estética da criação verbal, denomina de “excedente de visão estética”, que, a partir de um
“olhar de fora”, é capaz de construir, moldar a personagem e exercer qualquer interferência na
sua composição. Logo no início da narrativa, expõe as suas intenções para a composição de
Macabéa, em conjunto com o uso das palavras apropriadas para dar conta da história. Nesse
processo, intercalam-se a discussão sobre a escrita, o modo de narração, a personagem e a vida
do autor.
Palavras-chave: Clarice Lispector; Narrativa contemporânea; Autor e Personagem