Tomando como referenciais teóricos os conceitos de realismo grotesco e
carnavalização da literatura, elaborados por Mikhail Bakhtin a partir da obra de François
Rabelais, e contrastando o pensamento do ensaísta russo com as análises de Wolfgang Kayser a
respeito do grotesco, estudamos a novela “Meu tio o Iauaretê”, de João Guimarães Rosa.
Construída de forma dialógica e não linear, tal qual o romance Grande sertão: veredas, a
narrativa tem como motivo principal a mistura das formas humana e animal, configurando um
sistema imagético em que predomina o deslizamento de contornos e a ausência de fronteiras
definidas, características fulcrais da estética do grotesco.
Palavras-chave: Grotesco; Mikhail Bakhtin; Guimarães Rosa; Wolfgang Kayser