Anais
RESUMO DE ARTIGO - XVIII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC
Lucy Brandão e Contracultura: "uma estética da existência"
Antônio José Rodrigues Xavier (Universidade Estadual de Alagoas)
A Contracultura marcou; entre os anos 60 e 70 do século XX, em Maceió; um espaço transcultural e decolonial para a construção de uma literatura e arte nomeada por Michel Foucauilt (2006) como “estática da existência”. O presente paper propõe, na perspectiva da crítica da literatura e da arte, tecer aproximações críticas da produção poética de Lucy Brandão (1961 – 2000), representante identitária mais transgressora da Contracultura maceioense. Ken Goffman e Dan Joy (2007) afirmam ser a única Contracultura a usar o “C” devido sua importância cultural no século XX. Obra portadora de uma marcante (in)tensa negatividade lírica e dissonantes, nos termos de Hugo Friedrich (1978). Ela usava o corpo como espaço para tornar pública seus registros: “seus repentes urbanos”. Trata-se de um resgate da memória local, cujos corpora foram recuperados pelos depoimentos de outros poetas, artistas e amigos contemporâneos a ela. A pesquisa de seu poetar teve a metodologia qualitativa através de depoimentos de seus contemporâneos e amostras cedidas pela família e sua última companheira. Grande parte do acervo crítico desta pesquisa encontra-se depositado na Universidade Federal de Alagoas e em livro publicado pela Editora da Universidade Estadual de Alagoas. A importância deste registro encontra-se pautada pela transposição da linguagem do espaço ocupado pela literatura popular para o citadino, pela ruptura com o cânone local (mais escrevente) com um poetar in presentia, pelo uso do corpo com suas performances atingindo a cosmovisão e as pautas resistentes das tradições locais.
Palavras-chave: Contracultura; Lucy Brandão; Poesia; Repentes Urbanos; Negatividade lírica.
VOLTAR