Neste artigo, analisamos o Diário íntimo, de Lima Barreto, a partir de algumas
notas, as quais se constituem espaços de produção de sentidos que nos permitem recolocar a
obra do romancista na contemporaneidade e flagrar a constituição de um discurso insurgente. As
notas são atravessadas por dilemas e tensões cruciais, que revelam as fraturas de um país ainda
fortemente marcado pelo regime escravocrata. Nesse contexto, observa-se a exclusão do negro
não só do espaço social, mas também do espaço literário, fato que torna a obra de Lima Barreto
um modo de resistência ao silenciamento e à invisibilização impostos. Partimos dos estudos de
Edimilson Pereira, Eduardo de Assis Duarte, Regina Dalcastagnè, dentre outros.
Palavras-chave: Diário íntimo; Discurso; Insurgente; Lima Barreto.