Em 1965, o escritor peruano Oswaldo Reynoso publica se primeiro romance, En
Octubre no hay milagros, que, ao associar uma manifestação religiosa a atos amorais e
subversivos com uma profunda crítica à sociedade limenha da época, sofre uma censura não
oficial e é levado posteriormente a uma autocensura. Dez anos depois, Rubem Fonseca lança Feliz
Ano Novo, um livro de contos com linguagem e temática violentas, tratado como brutal e
pertencente a uma “estética do soco-no-estômago”, também censurado. Este trabalho pretende
analisar o caráter marginal dessas obras e repensar em que medida transgressão e marginalidade
atuam como operadores no processo de canonização de obras literárias.
Palavras-chave: Literatura Comparada; Marginalidade; Rubem Fonseca; Violência; Transgressão.