Desde que o termo autoficção foi cunhado pelo francês Serge Doubrovsky, tal prática
tem sido amplamente discutida nos estudos teórico-literários. Em L'inceste (1999), que tornou
famosa a escritora francesa Christine Angot, verifica-se a encenação do conflito entre o privado
e o público, uma vez que há oscilação entre realidade e ficção, a partir do jogo autoficcional.
Objetiva-se analisar, portanto, como Angot aborda o tema do incesto, a partir do ponto de vista
feminino, ao atribuir material biográfico de sua própria vida à trama ficcional, trazendo o
?privado? para o âmbito do ?público?, bem como a postura adotada pela autora diante da
recepção de sua obra pelos leitores e pela justiça.
Palavras-chave: Autoficção; Público; Privado; Angot; França