ao texto como unidade básica de sentido, ainda não
encontramos essa interlocução com o literário e mais especificamente, com a poesia, de
forma prazerosa e lúdica. O que pode, então, negativizar a recepção do leitor do texto
literário? Onde a falta de interesse pela leitura é visível, levando-o a fazer parte de um
quadro de leitores funcionais, inviabilizando o processo de compreensão leitora, a
escola não pode, nem deve se furtar à tarefa de desenvolver projetos de leitura do texto
literário em suas várias modalidades. A poesia, portanto, entra na sala de aula para
aguçar a capacidade imaginativa e criativa do aluno, proporcionando-lhe vivenciar
momentos de fabulação da vida e de humanização (CANDIDO, 1995). A leitura do
poema nasce da necessidade de sentirmos o mundo real de uma forma mais prazerosa e
lúdica. A estrutura poemática, composta de estrofes, versos, rimas, ritmo, melodia, entre
outros, permite ao leitor compará-la à música, de onde o poema se originou. Assim,
estudar o poema em sala de aula é a chave mágica por onde entrará a compreensão do
mundo, a criticidade do mundo e o deleite do leitor. É a via por onde podemos iniciar o
hábito da leitura. É o gênero textual por excelência ligado ao prazer do texto, à sua
fruição, seja o poema erudito ou popular. É por onde o leitor vai experimentar a
sensação de prazer, de emoção, que chamamos poesia. Para que isso aconteça em sala
de aula, forma-se um quadrado perfeito: autor, texto, leitor e professor, imbuídos de um
desejo de ser lido, sentido e compreendido. Para o letramento poético em sala de aula
(DIAS, 2016), seguimos passos que começam pela ação reflexiva, orientada e
participativa acerca da criação poética e de como se constitui o poema, para, em
seguida, o aluno traduzir, dentro de si, a poesia e nela descobrir, no momento da leitura
silenciosa e em voz alta o ser poético, tornando-se sensível a este ser.