Em um mundo cada dia mais xenofóbico, racista e homofóbico, onde a intolerância e
o discurso de ódio ganham espaço, faz-se urgente e necessária a Poética da Relação, proposta
por Édouard Glissant. Para o ensaísta, a condição insular do Caribe proporciona a abertura ao
outro por meio de pensamentos em constante construção, ao mesmo tempo locais e universais.
Para Glissant, as ilhas caribenhas metamorfoseiam-se de meras superfícies de trânsito a espaços
que proporcionaram a transculturação, fazendo do Caribe um mar que descentra, ao contrário do
Mediterrâneo que, segundo o próprio autor, concentra. Enquanto local de passagem, o Caribe
torna-se uma oportunidade para a Relação já que essa é sinônimo de movimento.