O exílio parece ser uma instituição fundadora do pensamento de Vilém Flusser, uma
espécie de metáfora cujo sentido ele subverte, compreendendo-a como potência produtiva. Trata-
se de uma experiência que desestrutura sua relação com passado e futuro, no sentido que lhe furta
ambos, e com a noção de uma identidade estável, mas que também lhe concede liberdade para as
futuras escolhas que faz. O tema do exílio perpassa vários de seus ensaios, produzidos em
português, alemão, inglês e francês. Muitos desses textos foram reunidos no livro The freedom of
the migrant: objections to nationalism, lançado, a partir de traduções de originais alemães, nos
Estados Unidos, mas não circulado no Brasil, país onde iniciou sua carreira intellectual. Este
trabalho parte do livro The freedom of the migrant para pensar em uma filosofia do exílio de
Vilém Flusser, procurando compreender o multifacetado conceito de exílio trabalhado pelo autor
e suas relações com sua própria prática intelectual.
Palavras-chave: exílio; contemporaneidade; Vilém Flusser; intelectual