O artigo faz uma análise do conto “Mentira de amor”, de Ronaldo Correia de Brito,
publicado no livro Faca (2003). Baseando-se na concepção de Piglia (2004) de que todo conto
engendra duas histórias, o estudo visa mostrar como no conto ambas se imbricam e diferentes
elementos são manejados para construir a história cifrada que tem como protagonista a
personagem Delmira. Mais do que o retorno da filha, ela busca a consciência de sua própria
individualidade. Delineando o processo construtivo do conto à luz de concepções cunhadas por
Carl Jung e pela Psicologia Analítica, temos o arquétipo da criança interior que simbolicamente
é apresentado pela figura da filha morta.
Palavras-chave: Ronaldo Correia de Brito; Regionalismo; Segunda história.