Nos dizeres de CARNEIRO (2005) e GODET (2013),Nove Noites apresenta uma
visão neutra sobre o indígena, pois colocaria em evidência o lugar marginal que este ocupa na
sociedade brasileira. Para além dessa ruptura com os estereótipos literários concernentes à
representação dos povos ameríndios, nos interessa analisar como o autor aborda a memória
perdida, construída ou reconstruída pelos personagens e narradores da obra. Essa retomada da
memória dialoga com uma visão crítica sobre o processo de descolonização proposto pela obra.
Utilizamos como fundamentação teórica a obra Os Redemunhos do Horror de Luiz Costa Lima,
os conceitos de memória empreendidos por Ricoeur e Deleuze e a visão de alteridade do
filósofo Lévinas.
Palavras-chave: Bernardo Carvalho; Memória; Indígenas; Horror; História.