Neste texto, pretende-se analisar algumas configurações narrativas antipatriarcais da
ficção naturalista brasileira e analisar como esse posicionamento foi recebido pela crítica no
primeiro momento de circulação da estética, nas décadas de 1880 e 1890. Para isso, considera-
se a hipótese de que o naturalismo abraçou as causas antipatriarcais em pauta no contexto
político-social do período, caracterizado pela transição da Monarquia para a República, como
autonomia feminina, sexo livre e fora do casamento, aborto e divórcio. Causas que primavam
pela libertação feminina e colocavam em crise a autoridade patriarcal, na qual a mulher figurava
como submissa e inferior ao homem, educada para o casamento e para a maternidade.
Palavras-chave: historiografia tradicional; naturalismo; sexualidade; autonomia feminina