Nas escritas atuais, a presença de um homem contemporâneo que, atravessado pelas
transformações do seu tempo, é representado, ou se faz representar, por meio de uma escrita
memorialística questionadora e, em sua subjetividade, amplamente universal tem sido
demarcada pela crítica literária. Em um cenário de incertezas, o texto literário tem sido utilizado
para tentar recuperar o que perdido e que teria o poder de conferir o reconhecimento e o
sentimento de estabilidade e pertencimento. Nesse cenário, o presente trabalho objetiva
evidenciar como a prosa ficcional do escritor baiano Carlos Ribeiro tem se inserido
expressivamente nesse contexto, uma vez que temos, em essência, narrativas que, em seu
tratamento a temas individuais, abarcam questões coletivas. Procura-se avaliar, assim, o modo
pelo qual Ribeiro faz parte de uma tradição literária que promove uma relação entre a criação
ficcional e as memórias subjetivas e coletivas.
Palavras-chave: Memória; Salvador; Espaço urbano; Carlos Ribeiro