Este trabalho objetiva analisar o espaço da casa na poesia de Cora Coralina a partir
dos estudos de Gaston Bachelard. Chamada de Casa Velha da Ponte, a morada da infância de
Cora Coralina se torna, em sua poética, um lugar onde convergem memória, poesia e tempo.
Embora seus poemas sobre a infância construam a casa como um espaço hostil para a criança, a
escritora se reapropria desse lugar, reconstruindo-o na poesia como ponto de origem, não apenas
de si própria, mas também de todos os outros espaços urbanos da Cidade de Goiás. A Casa
Velha da Ponte assume, assim, a função de conservação da memória e age como catalizadora da
reflexão de Cora Coralina sobre si mesma nos períodos da infância e da vida adulta.