A poesia brasileira mais recente – que alguns têm chamado de pós-marginal – não tem se
notabilizado por abordar temas e questões sociais, de interesse coletivo, com alguma parcela de
engajamento ou interesse para além de exercícios metapoéticos ou de torneios à roda do sujeito lírico.
Partindo de tais considerações, analisaremos os poemas “Rondó da ronda noturna” (2002), de Ricardo
Aleixo, e “Zumbi saldo” (1995), de Elisa Lucinda, que trazem à tona temas como racismo e pobreza,
tendo no horizonte a pergunta com que Theodor Adorno finaliza sua Teoria estética [1970]: “que seria
a arte enquanto historiografia, se ela se desembaraçasse da memória do sofrimento acumulado?”.
Palavras-chave: Elisa Lucinda; Ricardo Aleixo; Theodor Adorno; Poesia brasileira; Poesia de testemunho.