O presente artigo problematiza um aspecto muito recorrente nas narrativas
contemporâneas, o narrador-testemunha, que, no romance Chapada da Palma Roxa (1990) da
escritora mato-grossense Tereza Albues, presentifica a experiência traumática do outro. A
violência inenarrável e/ou silenciada é conduzida por uma voz testemunhal, que nos leva a refletir
sobre as estratégias narrativas bem como os (des) limites desse discurso. A pretensão é pensarmos
no potencial de legitimidade dessa voz, que narra o trauma do outro, a partir de um testemunho
que se configura por intermédio da audição e da investigação das experiências vividas pelas
personagens.