Considerando o texto literário um lugar em que interesses e perspectivas sociais
interagem e se chocam e a arte uma expressão legítima dos socialmente excluídos, este artigo
pretende analisar como a representação de mobilidades geográficas pode demonstrar o
complexo e arbitrário processo de violência, apropriação e destruição identitária que configura o
espaço como forma de exclusão. Para tanto, foram selecionadas duas narrativas
contemporâneas, o filme A cidade é uma só? (2011), de Adirley Queirós, e o romance Becos da
memória (2006), de Conceição Evaristo.