O corpo é aqui meta-alegoria. Medida da vida, estrutura-se temporal, tropológico,
narrativo. Em sua posição alegórica, é o locus privilegiado da visão que aqui se privilegia da
História como fabulação (poiesis, fictio). A verdade, para Lacan, possui a estrutura de ficção.
Corpo e História avizinham-se em nossa leitura. Corpo do acontecimento: espasmos, oscilações,
irrupções e fraturas sintomais que apontam para uma versão não-teleológica da História. Corpo
da História da Arte que nasce ecfrasal no texto de Winckelmann. Corpo em que se instalam os
tupos: rastros, vestígios mnemônicos deixados à maneira do sinete de cera de que nos fala o
Teeteto de Platão, resgatado por Ricoeur.