Este projeto se ocupa de dois móveis: de um lado, Mira Schendel, uma artista plástica
cuja produção se desdobra sobre o espaço gráfico das letras – de outro, Nuno Ramos, um
escritor cujo texto se ocupa das palavras como materiais. Considera-se uma preocupação que
parece comum a ambos os artistas: a tentativa de pensar a corporeidade e a temporalidade na
obra de arte, a partir de formulações recorrentes a respeito da transparência e da espessura.
Acena-se para o que Derrida propõe como “obra de espaço” — aquela que, em vez de se
instalar sobre a superfície do suporte, estende-se ao longo de uma espessura que ele passa a
comportar.
Palavras-chave: Nuno Ramos; Mira Schendel; corpo; tempo; obra de espaço.