Este trabalho apresenta uma leitura das canções “Não há saídas”, de Itamar Assumpção
e Régis Bonvicino; e “Venha até São Paulo”, de Itamar Assumpção — músico, compositor, poeta
e performer, e um dos nomes mais representativos da “Vanguarda Paulista”. Entre as diferentes
estratégias utilizadas por Itamar, destaco, neste estudo, um modelo composicional que privilegia
a multiplicidade de vozes e de gêneros, estabelecendo, assim, diálogos com sua memória cultural
e/ou afetiva, como veremos nas canções analisadas. A análise tem como base, sobretudo, as
noções de voz e oralidade, de Paul Zumthor (2010); polifonia e dialogismo, de Bakhtin (2011);
memória, de Jacques Le Goff (2013); e canção e entoação, de Luiz Tatit, (2002).