A irreverência e a ironia da paródia pós-moderna engendram notáveis debates e põem
em questão a postura crítica da arte contemporânea. Para Jameson (1991), a paródia pós-moderna
(blank parody) parece alienada e aproxima-se do “pastiche”. Linda Hutcheon (2002), embora
reconhecendo a ambiguidade e a indecibilidade como marcas da paródia pós-moderna, enquadra
o fenômeno como insubmisso e desconstrutivo. Este texto analisa Phaedra’s Love (1996), de
Sarah Kane, releitura paródica da Fedra de Sêneca. Primando por cenas excessivas de sexualidade
e violência, a peça confere tratamento caricatural ao trágico, produzindo uma crítica ousada e
irreverente à tradição mítica e ao nosso próprio tempo.
Palavras-chave: Phaedra’s Love; Sarah Kane; Paródia pós-moderna; In-yer-face theatre; Drama contemporâneo