As obras de Monteiro Lobato e Aldous Huxley compõem um corpus emblemático das
discussões e controvérsias que, nas primeiras décadas do século XX, envolveram os ideais de
desenvolvimento social e humano. Distanciadas temporalmente em apenas seis anos, O
presidente negro (1926) do autor brasileiro e Admirável mundo novo (1932) do escrito britânico
figuram comunidades prospectivas, nas quais a manipulação das heranças genéticas se tornou
uma prerrogativa governamental. Assim, a presente comunicação objetiva discutir
comparativamente as figurações (anti)utópicas desses autores, tendo em vista o seu caráter
dissonante com alguns dos principais ideais da modernidade.