No livro Rua de mão única, Walter Benjamin fala do “rigoroso olhar índio” da criança
desordeira, que atua, dentre outras coisas, como um colecionador, ao selecionar e colher o
material residual e disperso que encontra pelo mundo para conceber a sua bricolagem. Partindo
dessa imagem/ conceito benjaminiana, busca-se realizar uma operação de tradução – cósmica,
poética, de sistemas, vivências, experiências, imaginários, culturas, civilizações –, deformando e
esgarçando a língua que emerge da noção de pensamento selvagem, de Lévi-Strauss, entre as
alteridades/ espelhos dos olhares índios da criança, de Walter Benjamin e do xamã amazônico.
Palavras-chave: História das origens. Bricolagem cósmica. Pensamento extraocidental. Xamanismo amazônico.