Este artigo faz uma breve leitura sobre o personagem Euclides da obra Verde
Vagomundo (1974), de Benedicto Monteiro. Relaciona, dessa forma, a figura de um cego em
contraste com o narrador-personagem Major Antonio, a fim de entender os embates a que se dão
entre um homem tido como “civilizado” e outro como um ser quase sobrenatural. O personagem
cego ao sentir o mundo pelas palavras e ignorar o mundo instrumentalizado da modernidade,
abrem-se reflexões sobre as relações entre o sujeito e a modernidade, a cegueira no Brasil diante
do contexto político-histórico e, sobretudo o aspecto poético centralizada pela metáfora do cego
na obra.
Palavras-chave: Espião de Deus; Cegueira; Narrador; Benedicto Monteiro