Anais
RESUMO DE ARTIGO - XVIII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC
Evita: uma vida como memória
ROSA MARIA DA SILVA FARIA (Letras - UFRJ), SONIA CRISTINA REIS (Letras- UFRJ)
Esta comunicação traz a discussão sobre o mito de Evita e, também, a sua notória influência no imaginário social, ideológico, político e cultural argentino e que gera, ainda hoje, certa polêmica de resistência e adesões, de igual intensidade, em torno da personalidade desta figura feminina. No campo literário argentino sua representação se faz presente e articula essa imagem mítica aos debates que se vinculam ao campo intelectual argentino. Considerando que o mito de Evita estabelece relações com campo literário e, a partir disso, promove articulações entre ideologia, mito e história, entendidos como construção discursiva, essa personalidade pública tem sido relida e inserida em debates narrativos e culturais, desde sua morte em 1952. Seu corpo se converteu em símbolo de reinvindicação de igualdade de direitos para as classes populares, mulheres e postergados sociais. Considerando ainda que a escrita atue como ferramenta de resgate da memória do mito que integra uma cultura, uma memória e uma história, como aponta Roland Barthes (2007) em Mitologias e, também, como afirma Maurice Halbwachs (2003) em Memória coletiva, esta traz a lembrança como produto de um processo coletivo, que é inserido num contexto social específico argentino. Objetiva-se, então, que por meio do reconhecimento e da reconstrução da biografia de Evita sejam retomadas algumas lembranças, não só, de suas relações sociais, mas também de ideias e sentimentos compartilhados, naquele momento da história argentina. Entende-se, portanto, que a função primordial da memória, como imagem partilhada do passado, é promover um laço de filiação entre os membros de um grupo com base no seu passado coletivo.
Palavras-chave: Eva Perón; Imagem; Memória coletiva.
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