Em conformidade com um esquema historiográfico teleológico compartilhado com
SODRÉ (1964), BOSI (2006) localiza Vidas Secas, de Graciliano Ramos, no fecho de uma
progressão evolutiva do sertanismo, a título de “obra prima da sobriedade formal” na qual “o
esforço de objetivação foi bem logrado” (BOSI, 2006, p. 403). Ao analisar o ponto de vista
narrativo observamos o sertanejo representado pelo narrador como a imagem do Outro a partir
do ponto de vista de um Eu, ou seja, encontramos as marcas da subjetividade enunciativa em
terceira pessoa, o que, por sua vez, desmonta a tese de objetivação, assim como o esforço de se
colocar Graciliano e sua obra no esquema historiográfico teleológico.
Palavras-chave: Historiografia; Imagem; Ponto de vista; Vidas Secas.