O trabalho apresenta parte dos resultados de uma pesquisa de maior vulto que possui
como principal foco a análise da construção da noção de diferença nos Estudos Culturais. Neste
texto é realizada uma leitura teórica das categorias empregadas para a nomeação de territórios
urbanos marginais – periferia, favela e subúrbio – a partir da noção de diferença, permitindo a
identificação das diferenças destes territórios em relação ao centro e, igualmente, das muitas
diferenças presentes nas próprias categorias. A adoção deste referencial teórico possibilita a
elaboração de um plano de análise que se fixe na recusa de uma hierarquização enquanto modelo
de leitura dos territórios da cidade e, principalmente, oferece à noção de diferença uma
conceituação que a coloca enquanto recurso interdependente do conceito de identidade. No
entanto, é necessário sempre recordarmos que enquanto construção discursiva, a diferença aponta
para a ordem das essências, em uma dimensão irredutível e incontornável, mas tal essência é
igualmente uma prática discursiva, uma construção que obedece a marcação de uma identidade.