Considerando a crescente e provocativa evidenciação – em âmbitos como a
antropologia social e as ciências da Terra – das capacidades de subjetivação e agência por parte
dos seres outros-que-humanos, ensaiamos aqui aproximações entre a experiência literária e as
formas da cosmopolítica, termo ainda em disputa conceitual. Para tanto, sugerimos alguns
apontamentos acerca das relações possíveis entre os tropos da prosopopeia e da onomatopeia,
buscando compreender os modos de distribuição das subjetividades na literatura e seus
possíveis desdobramentos em uma cosmologia na qual a humanidade esteja descentrada do
Homem.