O artigo pretende entrever modos pelos quais a escrita de Carolina Maria de Jesus
engendra outras formas de concepção da relação entre literatura e espaço literário fazendo vibrar
e estremecer fronteiras tradicionais que distinguem literatura e vida, real e imaginário, referente
e significante. O que se apresenta em Quarto de despejo é uma escrita onde o relato íntimo é
pura exterioridade, janela aberta para o espaço sideral e para os traços brutais da fome, criando
uma cena outra que enfrenta mecanismos de exclusão, escapando a eles.
Palavras-chave: Espaço; literatura; diário íntimo; Carolina Maria de Jesus; corpo.