O texto parte de um comentário a O quarto (2009), encenação da peça homônima de
Harold Pinter pela companhia brasileira de teatro Club Noir. Tendo em vista procedimentos
explorados pela companhia, como a desconfiguração da articulação corporal-linguageira do ator
tradicional, discute-se, em um primeiro momento, o sentido de um atravessamento entre os
campos do olhar e da voz entendidos como objetos pulsionais. Em seguida, busca-se articular
essa primeira discussão a uma pergunta acerca de suas ressonâncias com um horizonte de
incompletude ou variação ontológica. Para tanto, propõe-se um breve comentário aproximativo
a trabalhos realizados pelos artistas visuais Nuno Ramos e Waltércio Caldas.
Palavras-chave: Voz; ontologia; literatura; artes visuais; teatro.