Anais
RESUMO DE ARTIGO - XVIII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC
Esboço para uma ReVisão da Poesia Espírita
Glaucio Varella Cardoso (Universidade do Estado do Rio de Janeiro)
Desde seu surgimento, na França do século XIX, o Espiritismo apresentou em seu contexto a preocupação com as manifestações artísticas como forma de validá-lo enquanto movimento filosófico e cultural. Dentre as linguagens artísticas presentes no movimento espírita, a poesia tem se mostrado a de mais destacado lugar ao longo do tempo, com seus primeiros exemplos coincidindo com o próprio surgimento da Doutrina Espírita. Nosso trabalho se propõe a lançar um olhar sobre tais manifestações poéticas com vistas a um olhar inicial do que seria esta Poesia Espírita. Em nosso entendimento, não se pode falar exatamente em tipos de Poesia Espírita, mas sim em modalidades da relação entre poesia e Espiritismo. Partindo das observações de Allan Kardec, considerado o fundador do Espiritismo como o conhecemos em sua modalidade francesa, bem como dos poemas publicados em livros e periódicos espíritas desde o século XIX até os dias atuais, estabelecemos a existência de três formas de relação entre poesia e Espiritismo, a saber: • Poesia dos Espíritos – composta por poemas obtidos por via mediúnica, i. é, de autoria de poetas já “mortos” e registrados pelos chamados médiuns. • Poesia dos Espíritas – escrita por adeptos do Espiritismo que traduzem em versos sua forma subjetiva de compreender o corpo doutrinário ao qual se associam. • Espiritismo Literário – poemas escritos por não adeptos do Espiritismo, mas que trazem em si temas que podem ser a ele associados. Cada uma dessas modalidades possui aspectos específicos que precisam ser detalhados e repensados para que se possa estabelecer a identidade desta Poesia Espírita bem como seu lugar no cânone e nos estudos literários.
Palavras-chave: poesia; espiritismo; poesia espírita; identidade; religiosidade
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