Janaina Tatim (Unicamp), Jefferson Cano – orientador (Unicamp)
Apresento a hipótese de que o Quincas Borba mostra as tensões da subjetivação sob a
forma do indivíduo como o modelo de inscrição dos sujeitos que os define a partir de relações
de possessão. Nas relações intersubjetivas dos personagens, sobretudo na instrumentalização do
corpo e do erotismo de Sofia, e pelas metáforas que as significam, centradas na noção de posse,
propriedade privada, senhoril e domínio, mostra-se como o desejo é agenciado para capitalizar
as relações, bem como as alienações e (auto)ilusões da forma de subjetivação do indivíduo
proprietário diante da resistência do desejo às estruturas de determinação. O romance apresenta
os efeitos, sobre a subjetivação, do processo econômico e social de transe de uma sociedade
baseada no escravismo para o processo de monetarização da sociedade brasileira do XIX.
Palavras-chave: Machado de Assis; Quincas Borba; Indivíduo possessivo; Subjetivação;