Hélciu Einstein Santos Ferreira (UFRN), Rosanne Bezerra de Araújo (UFRN)
O presente artigo tem por propósito analisar como o processo de desautomatização é
configurado no romance A Vida e as Opiniões do Cavalheiro Tristram Shandy (1759), de
Laurence Sterne (1713-1768), e como tal processo altera a percepção do leitor, fazendo com que
este precise agir de maneira colaborativa com o autor para que as mensagens contidas na obra
possam ser devidamente resgatadas. Como nosso aporte teórico, remetemos aos estudos de
Chkolvsky (1973), que abordam em detalhes o processo de desautomatização da arte. Também
faremos uso dos estudos de Lotman (1978) e Portela (1997), que auxiliam na análise de trechos
selecionados de Tristram Shandy ressaltando o seu caráter desautomatizador.