Desenvolvida na Europa e no Brasil a partir do final do século XIX até meados do
século XX, a ficção decadente se notabilizou por sua atração pelo artificial e por aquilo que
contraria as leis da natureza. Nessa ficção, a descrição de objetos grotescos, antinaturais, foi
realizada a partir de uma linguagem bastante trabalhada e estetizada. Paradoxalmente, em
diversas narrativas, tal esteticismo promoveu a percepção do grotesco como algo belo e
refinado. Para demonstrar exemplos do grotesco decadente, esse artigo propõe a análise de
Monsieur de Phocas (1901), de Jean Lorrain, de Dança do Fogo: o Homem que não queria ser
Deus (1922) e de Kyrmah: Sereia do vício moderno (1924), dois romances de Raul de Polillo.
Palavras-chave: Literatura brasileira; Literatura francesa; Decadência; Écriture artiste.