Este trabalho analisa o romance de ficção especulativa Fledgling (2005), da escritora
afro-americana Octavia Butler, que conta a estória de uma garota negra híbrida, geneticamente
criada a partir da mistura de genes de uma humana com os de uma espécie vampiresca, os Ina.
Tal estória permite discutir as questões de monstruosidade e crime em relações raciais e reflete
situações de racismo historicamente experienciadas por negros e mestiços, especialmente nos
Estados Unidos. Argumenta-se aqui que o romance de Butler pode ser lido como uma crítica a
conceitos que tendem a limitar, oprimir e excluir indivíduos de forma puramente
preconceituosa, constituindo assim uma ferramenta de contestação da realidade social.