Cantada como símbolo da identidade nacional pelos escritores românticos e como
elemento arcaico da entidade brasileira pelos escritores da antropofagia modernista, a Iara
reaparece em nosso imaginário para celebrar a “cor local”, a diferença e os contatos com o
estrangeiro. Invenção Romântica, cantada entre ninfeias (Olavo Bilac), ou “da podridão”
(Oswald de Andrade), a Iara retorna como ícone de beleza e perigo na voz de Maria Bethânia.
Ao cantar “Uma Iara” (Meus quintais, 2014), canção de Adriana Calcanhotto, Bethânia reafirma
os mitemas do ser cantante e evoca a potência matriarcal.