Verifica-se em Avalovara um movimento de cenas entremeadas de sons, em que a
transformação ascendente interna de seus protagonistas se contrapõe à ascensão, à estagnação e
à decadência da maior parte dos demais personagens do romance: o sagrado em oposição ao
mundano. O silêncio presente no romance encontra paralelo com a ascece mística empreendida
pelos yogues tântricos rumo à libertação, representada simbolicamente, no romance, pela fusão
dos protagonistas com o tapete misterioso. Os músicos John Cage e Schafer abordaram o
silêncio como forma de percepção dos sons externos e de busca espiritual. Este artigo faz
algumas relações entre o som e silêncio no contexto de Avalovara e suas possíveis conexões
com a ciência tântrica.