Em “The Bells”, Edgar Allan Poe mobiliza todos os recursos disponíveis para criar
um poema intenso, perturbador e intoleravelmente rítmico. Através da repetição obsessiva de
sons e palavras, reproduz a própria mente obsessiva do sujeito lírico, bem como a presença
implacável e inclemente da dor e da melancolia, representadas adicionalmente pela imagem dos
sinos em movimento. Aspecto gráfico, escolha de palavras, contextura sonora e articulação de
fonemas atuam juntos para criar um novo sentido e, assim, produzem uma atmosfera
insustentável que envolve o próprio leitor.
Palavras-chave: Construção sonora; projeções; efeito