Este texto apresenta um olhar para o filme Frida (2002), dirigido por Julie Taymor e que é baseado na biografia da artista mexicana Frida Kahlo, escrita por Hayden Herrera e considerada fidedigna a vida da artista. Um estudo que busca escapar das abordagens de arte que veem a produção de subjetividade como um esquema de comunicação – emissor/mensagem/receptor e, que, assim como Deleuze (1999), acredita na arte como ato de resistência e como espaço de absoluta necessidade de dizer do artista. Objetiva-se neste trabalho, a partir da análise da imagem fílmica e da relação que esta tem com a produção pictórica da artista, por meio de um olhar sobre os afetos produzidos, encontrar traços da feminilidade de Frida ameaçada por sua angústia na existência da sua dor, margeando as fronteiras entre o que Frida viveu, o que ela retratou em sua produção e o que sua biografia conta. A produção artística de Frida Kahlo, assim como seu modo de viver e se vestir provocam inquietações a quem olha e com elas, diferentes opiniões, críticas e comentários vão aparecendo. Inquietações que levam homens e mulheres a questionarem o papel da sexualidade feminina na vida da artista e em suas próprias vidas.